Pacientes do sexo feminino que possuem recomendação médica para manter-se no leito ou que necessitam estar atentas a imobilidade do pós cirúrgico, dispõem atualmente do Purewick®, um cateter feminino externo (não invasivo) para drenagem de urina e de simples colocação. Após colocado, o cateter mantém uma sucção contínua de baixa pressão, drenando a urina sempre que a paciente a elimina. Dessa forma, é possível reduzir as infecções urinárias, controlar o débito urinário e diminuir a necessidade de trocas de roupas de cama.
O novo dispositivo foi apresentado em um jantar científico, no último dia 13, no salão de eventos do Restaurante Coco Bambu, com a participação de um expressivo número de enfermeiras de diversos hospitais da cidade. O workshop “Critical Care Day – Dermatite associada a incontinência: melhores práticas para o seu gerenciamento”, foi ministrado pela enfermeira Gleice Frade Assunção (SP), que atua no Centro de Referência no tratamento de feridas complexas e cuidados com a pele, estoma e incontinência, do Hospital São Camilo.
A palestrante realizou uma detalhada apresentação sobre prevenção, tratamento e os riscos de lesões associadas a umidade. Também conceituou os diversos tipos de dermatite, enumerou os múltiplos fatores causadores da enfermidade, muitas vezes associada a incontinência urinária e ressaltou que as manifestações clínicas variam muito.
A enfermeira Gleice Frade estimulou as participantes do evento a refletir e responder “Como profissional, o que posso fazer, junto com minha equipe, para mudar esse quadro?”. Em seguida, afirmou que “a higienização bem feita é o começo de tudo na prevenção, além da identificação precoce de fatores de risco para evitar danos ao paciente, agravamento do quadro, favorecer o conforto, bem-estar, diminuir tempo de internação, custos hospitalares e aumentar a finalidade da assistência”, informou.
Em seguida a enfermeira Maria de Guadalupe do Nascimento Corrêa, Especialista Clínica da Unidade de Negócios Urologia e Cuidados Críticos da BD Brasil apresentou as vantagens do cateter feminino externo (não invasivo) Purewick®, “já que basta encaixá-lo sobre a genitália e destina-se às mulheres com dificuldade de locomoção durante períodos de internação. É indicado para casos em que não há retenção urinária, ou seja, ele não substitui um cateter vesical de demora. O “pavio” descartável externo macio e flexível é conectado a uma bomba contínua de baixa pressão”, pontuou.
A especialista destacou ainda que “o formato e o modo de funcionamento do Purewick® representam um avanço importante na prevenção de infecções urinárias, nos casos em que o produto atende às necessidades da paciente, é menos incômodo e ajuda na monitorização do débito urinário enquanto mantém a paciente limpa. Mas precisamos também ficar atentas às contra indicações, a exemplo de mulheres que apresentarem retenção urinária; com anatomia desfavorável (obesidade mórbida ou magreza extrema); com genitália anormal; durante menstruação (exceto se usar absorvente interno); com lesão aberta na vulva ou no períneo; com grande agitação psicomotora; que passaram por cirurgia ginecológica; estão com diarreia, dentre outras situações”, esclareceu.
Sistema de Controle Fecal
Dando continuidade ao workshop, a especialista da BD Brasil apresentou as participantes o DigniShield Sistema de Controle Fecal, que consiste em um dispositivo de controle fecal com design projetado a partir da percepção médica, para ajudar a atenuar as lesões cutâneas causadas por vazamento, pressão e fricção. O sistema auxilia ainda a proteger os pacientes da exposição, danos aos tecidos e odores. O DigniShield consiste em um conjunto de tubo de cateter, uma seringa de 60cc, uma bolsa de coleta, uma seringa de gel lubrificante e um eliminador de odor biológico. O dispositivo não possui componentes feitos de látex de borracha natural.
Segundo a enfermeira Maria de Guadalupe do Nascimento Corrêa “trata-se de um dispositivo para o controle da incontinência fecal de pacientes com pouco ou nenhum controle intestinal e fezes líquidas ou semilíquidas. Consiste em um kit contendo 1 conjunto de cateter de silicone flexível, 1 seringa e 3 bolsas coletoras de 1 litro com tampa”, esclareceu.
O sistema funciona através de um cateter de silicone maleável é inserido no reto para controle da incontinência fecal, controlando e desviando a excreta fecal, a fim de proteger a pele do paciente e manter a roupa de cama limpa. Há um balão de retenção de baixa pressão em uma das extremidades e um conector para fixação da bolsa coletora na outra extremidade. Dois tubos pequenos encontram-se afixados ao cateter de silicone. Um tubo com a inscrição “45 ml” é utilizado para inflar o balão de retenção após inserção do dispositivo no reto do paciente. Outro tubo, com a inscrição “IRRIG.”, é utilizado para enxaguar o dispositivo, se necessário.
As enfermeiras também participaram do treinamento Hands-on com os novos produtos.
Opiniões
Para a enfermeira Maristela Silva Melo, da comissão de feridas do Hospital Santa Izabel, “os dois dispositivos apresentados no encontro são de muita utilidade no cotidiano do profissional de enfermagem. Sempre me questionei porque não tínhamos um cateter externo feminino. Isso me inquietava. Agora a paciente terá uma melhor qualidade de atendimento e nós enfermeiros uma produtividade mais qualificada”, afirmou. Sua opinião também foi compartilhada pela enfermeira Vera Lúcia dos Reis da Silva, do Hospital Ernesto Simões que destacou a relevância do evento, “que nos proporcionou conhecer inovações tecnológicas, trocar experiências e adquirir novos conhecimentos”. Para a enfermeira Vilma Areias, do Hospital São Rafael, o formato do evento foi o que mais lhe chamou a atenção, “a abordagem interativa aliada a demonstração prática dos dois dispositivos garantiram o sucesso do encontro”, opinou.
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